The Almighty Johnsons — Resenha

Texto de: L.S.F. Xavier

Saudações, caros leitores! Sou uma pessoa timidamente enamorada por mitologias desde muito criança, e que tem plena consciência de que foi algo que influenciou-me a cursar e me formar em História. Mas não é sobre esse tipo de história que quero falar aqui, na verdade.

O que eu quero falar é sobre um seriado neozelandês cuja temática são deuses nórdicos. Sim, você leu certo. Pode reler, se ainda tem dúvidas: seriado neozelandês sobre deuses nórdicos!

O seriado em questão chama-se The Almighty Johnsons (algo como “Os Poderosos Jonhsons”, em tradução livre) e fala sobre os quatro irmãos Johnsons que são a encarnação de deuses nórdicos. Ele vai ao ar pelo canal TV3 da Nova Zelândia, e está em sua terceira temporada. As duas temporadas anteriores foram um grande sucesso de audiência e crítica e está prestes a estrear nos EUA, sendo o primeiro seriado neozelandês a ser exibido nos “isteitis”.
Você deve estar se perguntando como tudo isso se encaixa: a Nova Zelândia, os deuses nórdicos e quatro irmãos em constante briga uns com os outros. Como diria Jack, vamos por partes.

Deuses Nórdicos + Nova Zelândia = AWESOME!

A história que nos é contada no primeiro episódio é que quando as perseguições religiosas na Europa tornaram-se mais intensas, os deuses nórdicos, que haviam abandonado Asgard para viver entre os humanos, fugiram de seus inimigos para outro continente. Muitos perseguidores acharam que eles haviam seguido para os Estados Unidos, rota “natural” de fuga, mas na verdade eles foram para a Nova Zelândia!

Habitando corpos humanos aos quais eles chamam de “vessel” (“receptáculo”), o espírito dos deuses nórdicos reencarnam nos filhos de pais que também são deuses, quando este novo receptáculo completa 21 anos.

E é aí que a história de The Almighty Johnsons começa, quando o mais novo dos irmãos, Alx Johnson, o quarto irmão Johnson, completa 21 anos e está pronto para se tornar um deus. Para surpresa de todos, Alx encarna nada mais, nada menos que Odin… E isso muda tudo.

Os Johnsons

Por uma série de motivos, os poderes dos deuses estão extremamente enfraquecidos, então nada de “poderes cósmicos e fenomenais”. Os deuses têm que se contentar em viver entre os mortais, mas nem todos estão satisfeitos com essa situação, como é o caso de Anders, o segundo Johnson, que encarna Bragi, o deus da poesia, e que com sua fala sutil é capaz de convencer qualquer mortal a fazer o que ele disser.

Outros, como Ty, o terceiro irmão Johnson, não gostam muito dessa história de ser um deus. Ele é Hodor (ou Hodur, Hoor ou Hoth… Nada de Hodor de Game of Thrones, pessoal!) que, nas palavras dele, é o deus de “tudo o que é frio e escuro”, e ele não é lá muito fã de seus “poderes”, que às vezes mais atrapalham que ajudam.

O Johnson mais velho, Mike, encarna Ullr, o deus da caça e do jogo, entre outras coisas, e recusa-se a usar seus poderes para benefício próprio — sendo o deus do jogo, Mike é incapaz (eu disse incapaz!) de perder num jogo, seja pedra-papel-tesoura ou pôquer.

<>Além dos quatro irmãos Johnson, temos Olaf, o oráculo da família. Toda família de deuses possui um oráculo, mas nenhuma tem um tão… ilícito como Olaf, que encarna Baldr, deus do renascimento, da beleza e da luz. Olaf tem uma vida desregrada onde o abuso de várias drogas não ajuda muito em sua função de oráculo, acarretando vários problemas para os irmãos Johnsons.

A Missão de Odin

Uma vez que Odin está encarnado, todos os deuses dependem de seu bem-estar para permanecerem vivos. Se Odin morrer… todos os deuses nórdicos morrem também, em algum evento catastrófico como um terremoto ou maremoto, que também acarreta em mortes de humanos comuns. Mas se Odin completar sua missão são e salvo, os deuses podem voltar para seu lar, Asgard, e reinar sobre os humanos mais uma vez.
A missão? Achar sua alma gêmea, a deusa Frigg. O problema é que ela pode estar em qualquer lugar… E esse não é o único problema de Axl. Um grupo de deusas nórdicas fará de tudo para impedi-lo de encontrar Frigg.

Pra finalizar, The Almighty Johnsons é um seriado hilariante e ácido, repleto de nudez, drogas e loucuras. Não temos somente os “grandes deuses”, várias deidades menores também são utilizadas ao longo da história, e outras famílias de outras mitologias surgem eventualmente.

Infelizmente, não consegui encontrar até hoje legendas em português, e levei uns cinco episódios pra me acostumar com o sotaque neozelandês e suas gírias particulares. Mas quem sabe, né? Temos aqui no Brasil diversas equipes extremamente competentes de legenders, e o seriado está sendo importado para os EUA… Talvez surja mais interesse do público.

Esta não é apenas uma resenha de um seriado, é também um apelo a quem trabalha com legendas: The Almighty Johnsons é fantástico e vale a pena. Pra alguma equipe que quer trazer algo do bom, do melhor e do exótico para o público brasileiro, The Almighty Johnsons é a pedida certa.
Se eu fosse Bragi, aposto que vocês me ouviriam.

4 comentários em “The Almighty Johnsons — Resenha”

  1. Fernanda Nakamura

    Adorei e estou falando para todo mundo…..Obrigada por me apresentarem essa maravilha!!!

Comentários encerrados.