Papo Lendário #105 — Crer ou Não Crer

Neste episódio do Papo Lendário, Leonardo, Juliano Yamada, Pablo de Assis e Nilda conversam sobre crença, fé e ceticismo, na tentativa de compreender a relação das pessoas com as religiões e os conhecimentos.

Entenda o que é Religare e Religere.

Veja a relação entre queda, salvação, transcendência, contemplação e consideração.

Olhe para a crença e a perceba a dúvida.

Saiba a diferença entre dúvida, crença e fé.

Musica Final: Onde houver fé, que eu leve a dúvida — Falcão

LINKS:

Papo Lendário 29 — Quarteto Lendário

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Padrim do Mitografias

38 comentários em “Papo Lendário #105 — Crer ou Não Crer”

  1. Que bom que voltaram da férias. Muito bom o cast.
    Falando nisso aproveitei e divulguei o Mitografias nos grupos Pagões e de Mitologias, vamos ver se dará retorno.
    Abraços.

  2. E ai pessoal mitográfico!

    Senti falta de vossa transcendental presença em minhas audições podcastíscas. Bem legal o episódio!

    Bem vindos de volta!

    Lucas

  3. Ola Pessoal do mitografias,

    Muito bom cast… muito informativo e reflexivo. Observei algumas coisas que gostaria de comentar (pelo menos as que eu me lembro agora)

    1. Mitocondria, a sua definiçao é praticamente perfeita pra religiao… e nem precisa entrar no merito de ter ou nao culto… isso ja é contemplado quando voce fala sobre o comportamento.

    2. Ciencia pode ser considerada uma religiao de certo angulo (e eu nao estou falando de cientologia), muito cientistas estao tao apegados a suas bases teoricas que mesmo que voce prove o contrario. Eles vao continuar acreditando no original.

    3. No proprio discusso de Pablo, da pra perceber porque ele ja perdeu amigos discutindo futebol e nunca religiao. Pois em alguma momento do cast ele diz que na opiniao dele futebol é uma perda de tempo. O que dificilmente ele ja possa ter dito sobre religiao… tudo é uma questao de trato social (o Pablo normalmente passa certo ar de soberba =] )

    Abraços.

    1. Mas futebol não é perda de tempo? O que o sujeito ganha gastando duas horas por jogo de sua vida? O que o sujeito ganha dando dinheiro para os times e cartolas e pra FIFA corrupta do jeito que está?
      Não entendo seu argumento… 😛

      1. Pablo, você tem razão em suas colocações, mas penso que o futebol, assim como a religião ou política são “hobbies”. Uma maneira de saciar uma necessidade lúdica que todo mundo tem.

        A diferença é que o futebol não se propõe a melhorar o mundo ou oferece salvação pessoal, apesar de toda essa hipocrisia do flair-play etc.

        Em tese as pessoas buscam alegria, prazer e diversão com futebol e o mais bonito nisto é que apesar de torcerem isto não é garantia de acontecer.
        Imagine um torcedor do XV de Piracicaba, ele compreende que provavelmente nunca verá seu time campeão de nada em 100 anos ou mais, mas mesmo assim todo santo domingo a pessoa esta lá torcendo apaixonadamente. Acho isso bonito.

        Claro que nada justifica uma pessoa agredir a outra por causa de time ou de qualquer outra coisa. Aí acho que é independe de ser o futebol é mais uma questão de ignorância, problemas sociais. Acho difícil um torcedor esclarecido espancar outro. Quem faz isso só está usando o futebol como desculpa para ser violento.

        1. Então, como compreender que eu sou agredido por não participar dessa “festa” futebolística e digo que quero distância? Como compreender a falta de esclarecimento público quando somos obrigados a participar do futebol pois todos estão fazendo assim sem possibilidade de argumentação – principalmente quando jogam rojões em todos os momentos dos jogos, prejudicando a vida de vários, trancando trânsito em regiões dos estádios e obrigando ao povo a participar da algazarra?
          Lamento, mas diante das possibilidades do conhecimento, prender-se a algo assim é estar longe do conhecimento…
          Quer viver o futebol, faça-o dentro dos limites de qualquer outra prática e respeite aqueles que não querem participar disso!

          O que mais me impressiona é que o que mais chamou a atenção de quase duas horas de conversas desconstrutivas sobre o conhecimento, crenças e fé, o que mais chamou a atenção foi um único comentário sobre futebol… isso fala muito! 😛

          1. No meu primeiro comentário pontuei sobre outras coisas ditas no cast e acho que a maioria dos comentários não foi sobre o futebol. Só me chamou a atenção seu questionamento sobre “o que uma pessoa ganha torcendo por um clube”, principalmente por eu ser torcedor de um time que me faz sofrer de um forma irracional: Botafogo.

            Realmente é duro não gostar de futebol no Brasil onde o mesmo é uma espécie de histeria coletiva. Mas parece que por aqui tudo vira histeria.
            Eu particularmente acho muito chato a Copa do Mundo porque todo mundo passa a se achar entendedor de futebol.

            No mais pontuo que este foi sem dúvida um dos melhores episódios do papo lendário!

            Abraços!

      2. Eu nem sequer discordo de voce com relacao a isso… mas se coloque na pele de um cara que adora o time e te ouve falar… acho natural ele se doer…

        é o mesmo que se eu criticasse a psicologia jungiana, dizendo que é perda de tempo e dinheiro. Voce pode ate nao se chatear, mas muitos dos seus colegas iriam.

        Por isso eu evito dizer que uma coisa é uma merda, ou perda de tempo… quem esta escutando pode se ofender… 🙁

        1. O mais triste de tudo é que, diante de TUDO o que foi dito, o que mais incomodou foi o comentário sobre FUTEBOL.
          Depois não me entendem quando digo que há algo de MUITO errado nisso… 😛

          PS: Eu sou um dos primeiros a criticar Jung e a psicologia analítica e achá-la uma perda de tempo e de dinheiro… 😉 O problema é se identificar com um conhecimento e achar que uma crítica a um argumento é uma crítica à pessoa: algo que atualmente vejo acontecer sempre com o futebol e raramente com as outras coisas… #pensemnisso

          1. Mais ou menos… inicialmente eu fiz 3 observaçoes… infelimente so a de futebol foi polemica… =(

            Ps: sua reflexao é interessante, mas se voce chegar pra alguem e disser que futebol é uma merda… o que a pessoa que gosta vai escutar? Que ela gosta de merda… e acho justo em se incomodar com isso… =(

    2. Nilda Alcarinquë

      Olá!

      Tenho que concordar com o item 2 do seu comentário e preciso comentar outra coisa que acontece quando a ciência é encarada como religião, mesmo que o cientista não admita isso: a hostilização de quem tenta divulgar a ciência e, por isso, precisa tornar sua linguagem mais acessível. Recentemente tive uma discussão com um estudante de física que afirmava ser contra a divulgação da ciência porque as pessoas não a entendiam plenamente, que a única forma de se entender a física é através das equações e como o público comum não conseguia apreender o que elas diziam, então não se deveria mudar a linguagem para que ela fosse compreendida pelos não Físicos.
      E o pior for perceber que muitos cientistas de outras áreas tem pensamento semelhante.
      Nesta visão a ciência assume um ar de religião iniciática, em que só os que aprendem e compreendem suas fórmulas é que podem ser considerados membros.

      Felizmente temos bons divulgadores por aí que não se deixam intimidar por esta mentalidade.

      Ah, e o Pablo não é uma pessoa soberba. Ele é pedante.
      XP

      abraço

        1. Nilda Alcarinquë

          Olá Diego

          O twitter é a única das redes sociais virtuais que uso constantemente.
          Já estou te seguindo lá.

          Mas acho que irá se decepcionar com o quesito inteligência
          😛

          abraço

    3. Também acho que ciência pode ser considerada uma religião em um certo sentido (forçando a barra, claro!)

      Vejamos: a ciência tem dogmas (o método científico) e a verdade absoluta da ciência é que não existe verdade absoluta! Temos messias (os grandes cientistas como Newton, Einstein, Planck etc.) e cultos (palestras, seminários). O objeto de adoração da ciência é o Conhecimento. Forcei de mais a barra?

      1. Nilda Alcarinquë

        Posso acrescentar que a ciência também tem seus rituais, e títulos que concedem um respeito maior ou menor a quem os possui.

        Acredito que por mais que tente se distanciar da religião, a ciência não consegue se desvincular de algo chamado elemento humano.
        Os positivistas tentaram ignorar este elemento, mas é impossível desconectar o criador (homem) da criatura (ciência).

        abraço

  4. Olá pessoal, parabéns pelo cast muito bom mesmo.
    tenho uma observação:

    toda vez que me perguntam se creio em Deus ou algo semelhante, respondo que sou indiferente. Tanto faz, para mim se, existe algo sobrenatural ou místico. Simplesmente não me atrai como destino nenhuma idéia de transcêndencia ou de paraíso etc. me contento em morrer e voltar a ser poeira rsrsrsr

    Porém quando digo isso as pessoas sempre retrucam de que sou ateu, ou ainda dizem aquela frase: Vc não acredita em Deus mas Ele acredita em vc!

    Abraços!

    1. Michel, eu passo por algo parecido. Quando me perguntam se acredito em Deus, digo que sou cético, que não acredito em nada e duvido de tudo! E preciso de pelo menos meia hora pra explicar como é possível eu viver sem acreditar e como não preciso de crenças para que algo seja verdadeiro…
      Abraços!

  5. Boa noite, pessoal. É meu primeiro comentário aqui, então queria parabenizá-los por este podcast e pelo trabalho de vocês de modo geral. Estou começando a usufruir da mídia podcast agora, por isso não ouvi tudo que postaram ainda- só uns 30 papos lendários até agora – mas percebo muita preocupação da parte de vocês em relação ao conteúdo que estão passando para os ouvintes, o que é realmente notável.

    Sobre o podcast: tenho uma tendência muito forte ao ceticismo por conta de dificuldades que tenho com o conceito de verdade. Nunca parei para pesquisar, mas não consigo pensar a princípio em verdade que não seja subjetiva, o que – para mim – já torna o conceito de verdade contraditório. Penso que não exista verdade sem consciência, e a própria consciência tornaria qualquer verdade subjetiva – portanto, estaria mais para perspectiva que para verdade. Como disse, não pesquisei e posso ter falado muita asneira aqui kkk.

    De qualquer forma, obrigado por mais um papo lendário e espero que continuem nos presenteando com informação, pontos de vista fundamentados e desconstrução de senso comum – o que fazem muito bem.

    1. Olá, Wender!
      Esse problema sobre “verdade” é tão delicado que eu também não fiquei satisfeito depois dessa nossa conversa com o que foi dito… E chamei o Leonardo pra conversarmos um pouco mais sobre isso e vou lançar um adendo para este papo lá no meu podcast pessoal, o PsicoLog (http://pablo.deassis.net.br)
      Possivelmente ele vá ao ar ou no final da semana que vem, ou no começo da outra! Fique de olho!

  6. Boa noite a todos! Mais um excelente episódio deste podcast que a muito tempo sou fã! Peço desculpas por não comentar antes, mas prometo me redimir nos próximos episódios! Todos os debates promovidos, e como são desenvolvidos enriquecem muito! Estão mais que parabéns! Um grandioso abraço a todos e continuem com esse excelente trabalho!

  7. Excelente programa! Adoro as suas reflexões, nos fazem ver o mundo de uma ótica diferente.

    Apesar de gostar muito das ideias de religare e religere como uma interpretação filosófica da religião, acho que a coisa é bem mais complicada.

    Cagando uma regra aqui, já que não sou conhecedora de diversos idiomas e muito menos das origens deles, acredito que cada palavra que se usa para designar religião nas diferentes línguas faladas pelo mundo trazem um pedaço do conceito do que é a religião. Por exemplo, a palavra grega para religião é “thri̱skeía”, que também pode ser traduzida por “culto” ou “adoração”, o que pode ser entendida como homens cultuando coisas inexplicáveis, grandiosas, muito maiores e mais poderosas que nós, seja Deus, a vacuidade ou as forças da natureza (físico-químicas ou místicas, como queira). Em hindu, é “dharma” (palavra essa derivada do sânscrito, uma das línguas conhecidas mais antigas do mundo), que também pode ser traduzida para o português como “ensinamento”. Aí a religião já adquire um caráter mais moral, um código de condutas que devem ser seguidas pelo homem para alcançar uma vida excelente.

    A análise etimológica do termo no nosso idioma traz a reflexão sobre o que a religião significa na prática em nossas vidas (especificamente as vidas dos falantes das línguas derivadas do latim) e como devemos pensar e agir a respeito do tema na nossa sociedade. Mas acho que o ser humano é tão diverso que reduzir (nem tanto!) o conceito de religião a duas palavras latinas é perverso!

    Espero ter sido clara no meu comentário. A tempestade de ideias na minha cabeça depois de ouvir o podcast estava forte de mais, não sei se consegui organizar tudo no texto!

    Sou uma grande fã de vocês. Parabéns galera!

    1. Oi, Ariane!
      Suas ideias engrandecem a discussão! E sim, o sentido da palavra para diferentes culturas traz o que sentimos sobre ela… mas a questão não está só no significado latino e nos idiomas latinos, mas principalmente no sentido geral que damos a isso e, principalmente, como a cultura maior vai relacionar com isso.
      Talvez para um Taoista, ele nunca fosse pensar que o Tao fosse uma religião, mas sim a vida em si. Mas, quando o homem branco ocidental que fala inglês (que tem forte influência do Latin) chega na China e tenta entender o Tao, ele o traduz como sendo uma Religião. O mesmo acontece com o Shintoismo e qualquer outro conjunto de saberes orientais. E pior, quando esse conjunto de saberes, crenças e ritos mostram-se suficientemente diferentes e menos usados do que o cristianismo, eles deixam de ser religiões e passam a ser cultos ou – pior – “apenas” mitos.
      A forma como a nossa cultura etnocentricamente vem tratando os outros saberes acabou por diluir nossos preconceitos para elas. O “dharma” do hindu nunca teve o nosso sentido de religião e, inclusive, é um termo análogo ao de “kharma”, usado inclusive para compreender o ciclo da Samsara – aquilo de positivo que a pessoa aprender nesta vida para levar para a próxima. Mas, na necessidade de compreender uma “religião” no sentido ocidental, estipulou-se essa palavra como relacionada, pois é dessa forma como o hindu compreende o que nós compreendemos como religião: um ensinamento…
      Não sei se meu comentário faz sentido, mas acho que o caminho é esse!
      E, novamente, obrigado pelo comentário!

  8. Olá, pessoal.

    Recomendaram-me essa discussão de vocês.
    Gostei muito.

    Fico muito feliz lendo textos de pessoas que tentam enfrentar o desafio de discutir a crença. Confesso. Eu gostaria de colocar umas pitadas de dúvidas sobre a possibilidade de não crer.

    1. Para fazer ciência é preciso admitir que certas coisas sejam verdadeiras e, daí por diante construir os discursos.

    2. Por exemplo, sem acreditar que por dois pontos passa uma reta, a Geometria Euclidiana não existirá.
    3. Pode-se provar que por dois pontos passa uma única reta. Talvez, mas ninguém provou até hoje. Os geômetras apenas creem nisso.
    4. Para escapar da armadilha da crença, os geômetras chamam esses princípios nos quais se crê de “Pressupostos do Conhecimento”.

    5. Por exemplo: Se e somente se 1 for igual a 2, então, 3 é igual a 4. Pode-se provar que 1 = 2. Não precisa. Mas se for, então, pode-se provar que 3 = 4.

    6. Se não existe o inconsciente, a Psicanálise não pode existir. Freud estava convencido que o mal-estar da psique está relacionado ao inconsciente.

    7. Para ser ateu é preciso crer firmemente que o Absoluto não existe, pois não é possível provar que Ele existe nem que não existe. Um ateu tem pelo menos uma certeza, o Eterno não existe, mas ele não pode provar. Então, essa certeza é, por definição, uma crença.

    Se isso tudo estiver certo, não há conhecimento sem crença em coisas sobre as quais não há certeza.

    Crer não é questão de escolha. É uma estratégia de Economia do Mal-Estar.

    No limite, quem duvidada de tudo tem pelo menos uma convicção, essa pessoa, escreveu um filósofo francês, pensa.

    Saúde e Paz

    1. Olá Daniel! Valeu mesmo pelo comentario, gostei. Com certeza irá entrar no episodio de Pergaminhos para refletirmos melhor sobre os tópicos que você listou.

      Mas já me adianto em falar sobre o ponto 7, do qual existem algumas confusões de definições.

      Primeiro é preciso deixar algumas coisas claras, o que você se refere quando diz Absoluto e Eterno? São termos que muitas vezes tratados de forma subjetiva, variando de pessoa para pessoa, e até de religião para religião, etc, algumas vezes encarado como algo mais abstrato, outras vezes como algo mais conceitual. Ainda mais porque você os citou como nomes (a primeira letra maiuscula).

      Segundo, um ateu é alguem que não acredita na existencia de alguma divindade (ou no maximo que acredita na inexistencia de qualquer divindade). Qualquer coisa fora disso foge do conceito de ser ateu.

      Bom, mas vamos ao seu tópico:

      “Para ser ateu é preciso crer firmemente que o Absoluto não existe” — não, como disse anteriormente, para ser ateu precisa não possuir crença em qualquer divindade, se nesse caso o ateu considerar que tal Absoluto é sinonimo de deus, então basta ele não dar credito na existência do mesmo, caso não sejam sinonimos (para o ateu pelo menos), a crença ou não nesse Absoluto é indiferente perante a caracteristica de ateu do individuo.

      “pois não é possível provar que Ele existe nem que não existe.” — Algo não poder ser provado que existe ou não existe está mais relacionado com a ciência, e por consequencia o método cientifico, do que acreditar ou não no mesmo. E pergunto a que “Ele” se refere? A Deus? Ao Absoluto dito anteriormente? Ou ambos? Pois novamente, se não for sinonimo de divindade, então não está relacionado a ateismo.

      “Um ateu tem pelo menos uma certeza, o Eterno não existe, mas ele não pode provar. Então, essa certeza é, por definição, uma crença” — Novamente, nesse caso “Eterno” é sinonimo de deus? Pois esse termo pode ser usado de inumeras formas não relacionadas a divindade. Além disso, para ser ateu não precisa necessariamente ter certeza, nem da existencia nem da inexistencia de deus, muito menos de qualquer outra coisa. Para ser ateu basta não dar credito às divindades.

      Bom, é isso, de novo: valeu pelo comentário 🙂 , vou deixar os tópicos restantes para debatermos no episódio de emails e comentários, até posso pesquisar mais e refletir melhor.

  9. Excelente discussão!

    Sobre a abordagem de temas polêmicos, concordo completamente que o ato de conversar sobre futebol com algumas pessoas muitas vezes se torna mais espinhoso do que falar sobre religião e política.

    Até!

  10. Olá,

    Cheguei aqui por recomendação do podcast “os comentadores” 😉
    Curti muito a abordagem de vcs, pois trás uma reflexão aberta e sincera sobre a temática. Senti um pouco de falta de uma abordagem da ciência da religião ou da crítica histórico-comparativa das religiões. A partir delas poderíamos perceber algumas características na narrativa mitológica e dos gêneros derivados da narrativa mitológica: cosmogonias, teofanias, mitos fundantes de lugares de culto, novelas, lendas de heróis. Na crítica dos gêneros do Antigo Testamento fazemos estas distinções, pois a rigor mitos pressupõem a interação entre seres divinos, o que na mitologia judaico-cristã não acontece, por essa razão, os exegetas do AT “rebatizaram” os gêneros para o AT com as nomenclaturas que citei. Discutimos um pouco sobre esta questão e sobre a interpretação dos mitos fundantes do monoteísmo (henoteismo, na minha opinião) hebraico, especificamente em Gn 1-11. Se quiserem prestigiar nosso trabalho, é o BTCast #074 (http://bibotalk.com.br/site/podcast/btcast-074-genesis-1-11-mito-ou-realidade).
    Sou teologo, doutorando na área de teologia sistemática e junto com outros colegas teólogos debatemos temas diversos da teologia cristã de uma perspectiva protestante, mas sem cor denominacional. Mais uma vez parabéns pelo trabalho de vcs e vou seguir ouvindo outros episódios.
    Abraços

    1. Oi, Alexander!
      Várias dessas questões já foram tratadas em vários outros episódios e como você é novato aqui, imagino que ainda não os ouviu… então ajudo listando alguns deles:
      https://www.mitografias.com.br/2011/08/papo-lendario-49-os-diversos-ismos-das-mitologias/
      https://www.mitografias.com.br/2011/02/papo-lendario-39-o-heroi-de-mil-faces/
      https://www.mitografias.com.br/2010/08/papo-lendario-25-antes-de-todos-os-antes/
      https://www.mitografias.com.br/2010/08/papo-lendario-26-a-grande-explosao-em-7-dias/

      Acho que para começar, esses estão de bom tamanho… E seja bem-vindo!

  11. A questão não é se a religião usa o método científico. É ÓBVIO que não. Religião e ciências são campos diferentes da cultura. Esse negócio de querer contrapor as duas, como se fossem inimigas, não faz o menor sentido. Na época medieval, os mosteiros cultivavam o conhecimento, e a própria teoria do Big Bang, veio de um padre pesquisador.
    Ciência não diz nada sobre comportamento, moral e espiritualidade. Afinal, comprovar que a acelaração da gravidade na Terra é de ~9,8 n/s² não implica em absolutamente nada em meu comportamento ou valores morais. Esse campo é da reliigião e da filosofia. A religião é INDISPENSÁVEL para cultivar a moralidade nas pessoas. Uma sociedade sem valores morais é uma sociedade corrupta, retrógrada, onde impera a lei do mais forte.
    Desejo que o cristianismo seja avivado em nossa geração. Digo isso e sou ateu.

    1. Olá Maurilio, isso foi bem o que dissemos no episodio. De fato, tanto juntar quanto contrapor religião com ciencia acaba sendo perigoso. Por isso acho errado quando algumas religiões tentam diminuir a ciencia, como também tentar se unir a essa.

  12. Espiritismo é ciência, filosofia e religião.

    O Espiritismo procura, na vivência da ciência , fazer a verdade através da prova. Na filosofia, procura mostrar, afirmar, reunir e expor o pensamento sobre a evolução da VIDA à luz do conhecimento. Na concepção religiosa, faz vida consciente, operando, mediante a história de vida de cada um, a força do auto-conhecimento, objetivando o alcance da identidade com o Creador.

    ANTONIO Grimm.
    Do livro “Cadernos de Psicofonia de 1994” editado pela SBEE

    1. “Espiritismo é ciência, filosofia e religião.
      O Espiritismo procura, na vivência da ciência , fazer a verdade através da prova.”

      A ciência não faz verdades.

      O Espiritismo utiliza o método cientifico? Ambientes controlados, duplo-cego e etc?

      Dependendo do conceito de religião, como por exemplo o de possuir Verdades Absolutas, vai contra os conceitos científicos, nesse caso não pode ser os dois.

      Conceitos dentro do Espiritismo podem ser testados cientificamente?

      1. Olá! Não sou a pessoa mais indicada para entrar nesta discussão, pois estudo o espiritismo há apenas 2 anos, sei muito pouco de quase nada. Também não sou nenhum fanático religioso, entretanto segue um link da Revista Superinteressante que talvez responda algumas de suas indagações:
        http://super.abril.com.br/ciencia/ciencia-espirita-647060.shtml
        Obs.: O Espiritismo não é uma Religião dogmática, pelo contrário, se transforma, evoluí em paralelo com as descobertas(comprovações) da Ciência.

        http://super.abril.com.br/ciencia/ciencia-espirita-647060.shtml

        1. Esse mesmo artigo já mostra poréns. Não apresenta estudos com metodo cientifico evidenciando conceitos do espiritismo.

          Quanto ao que o artigo mostra, já conhecia o João de Deus, ele não se mostra ser diferente de qualquer um dos inumeros curandeiros picaretas que temos espalhados pelo mundo.

          Só achei estranho a parte que fala que após 10 ou 20 segundos do coração parar o cérebro não funciona, pelo que sei, pelo que sei é preciso de mais tempo, mas não posso afirmar com certeza.

          Já tive experiencias semelhantes ao EQM, não sei se posso de fato considerar EQM pois não tive parada, eu apenas fiquei em coma, mas foi o suficiente para notar como nosso cérebro pode nos pregar peças ao preencher os buracos vazios de nossas memórias.

          Já conhecia também Erlendur Haraldsson, as pesquisas dele que o artigo mostrou se mostram até certo ponto incertas.

          Pessoalmente eu acho interessante que existam pesquisas cientificas referente a alma, reencarnação e semelhantes, mas uma pesquisa é diferente de um comprovação, e defender que por existir uma pesquisa de algo automaticamente transforma isso em uma verdade (ou então Verdade) cientifica é algo muito errado e nocivo.

          Por fim, o espiritismo defende a existencia de Deus?, ou de uma divindade consciente criadora do universo, onipotente e onipresente? Pois se defende, fica dificil ainda se dizer cientifico, pois Deus não é cientifico.

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