Sobre o Céu — Constelações: Andrômeda

O Mito

Cefeu era o rei de Etiópia, poderoso e ligado ao seu povo e as tradições divinas. Sua esposa se gabava de ser mais bela que as Nereidas, o que seria uma afronta ao próprio Olimpo. Se sentindo desrespeitadas as filhas de Nereu foram reclamar diretamente a Poseidon que prontamente libertou uma terrível monstruosidade para destruir todo o reino. Cefeu apavorou-se e foi consultar o oráculo de Amon que avisou que suas terras somente ficariam livres se Cefeu desse sua filha Andrômeda em sacrifício ao monstro. Não vendo saída, o rei mandou acorrentar a querida filha em um rochedo diante do mar em oferenda.

Retornando de sua aventura em matar a Górgona, o herói Perseu livrou Cefeu e seu reino do terrível monstro e se casou com Andrômeda por quem havia se apaixonado. Por fim Perseu e Andrômeda viajaram para Argos e depois para Tirinto onde viveram felizes e tiveram muitos filhos.

A Ciência

Andrômeda é uma constelação perfeitamente observada no hemisfério norte. A demarcação de seus contornos é feita principalmente pelas estrelas Almak, Mirash e Sirrah que se apresentam em linha reta entre si.

Andrômeda seria apenas mais uma constelação se não fosse um objeto de incomparável importância localizado exatamente na sua direção. Este objeto é a gigantesca galáxia espiral de Andrômeda catalogada em 1.764, também conhecida como NGC 224 ou M31. Tal galáxia está localizada a 2,5 milhões de anos-luz e experimentos Doppler atestam que Andrômeda está em rota de colisão com a Via Láctea, a nossa galáxia. Cientistas calculam que o choque inevitável acontecerá por volta de 4 bilhões de anos. Mas não há com que se preocupar porque segundo estimativas astronômicas, as estrelas das duas galáxias estão tão separadas entre si que a possibilidade de haver colisões de estrelas e planetas é muito remota.

Certamente Andrômeda libertou-se do monstro, mas sua sina parece estar ligada a grandes tragédias, mesmo que sejam entre corpos infinitamente gigantescos como galáxias.

AUTOR: Ricardo Costac