O texto das pirâmides era um conjunto de litanias rituais, exclusivas ao Faraó, destinadas a ilustrar o caminho para a Eternidade. Diferindo do livro dos mortos – de quem seria uma das fontes – o texto não levava a julgamentos, mas sim a perfeita união com o Deus Sol.
Os textos foram encontrados em varias pirâmides e mastabas faraônicas do antigo império, como as dos reis Unas, Pepi I, Pepi II, etc. Seu conteúdo variava de túmulo para túmulo, assim como as divindades associadas ao texto.
Naturalmente havia fatores de coesão entre os hinos, como a presença constante do mito de criação de Heliópolis, assim como uma clara preponderância de Rá. em suas construções de frases, e na forma de colocação do sujeito vemos evoluções da escrita egípcia. O texto então apresenta uma constituição arcaica, mas de grande mutação de texto para texto. Essas mutações além de gramaticais eram históricas:a presença de Rá nos textos mais antigos é menor, assim como a influência de outros deuses.
O Texto das Pirâmides constitui o mais valioso dos textos do antigo império, sendo base de muitos escritos seguintes. Alguns dos hinos que o compõe, como o “hino canibal” remontam ao período proto dinástico.
Caiu em desuso com o tempo, jamais voltando á baila, tanto devido a sua exclusividade como pela existência do mais barato e mais democrático “Livro dos Mortos.” No novo império foi muito estudado por Kha-en-Qaset, filho de Ramsés II e grande sacerdote de Ptah, quem reformou a necrópole de Sakarah e as pirâmides, repintando os signos nas paredes.