Por Daniel Silva
O boi Ápis:
É um deus relacionado hora a Ptah, hora a Osíris, é muito antigo: Suas primeiras representações remontam até a primeira dinastia, na pedra de Palermo, e foi venerado até o período ptolomaico.
Ápis era um touro especial, devendo ter um grande número de sinais específicos para que fosse considerado como encarnação divina. Vivia em um palácio, na cidade de Mênfis, cercado de luxo, e, ao morrer, era submetido as mais cuidadosas práticas de mumificação.
Ele teria nascido de uma vaca fecundada pelos raios do sol, sendo, inicialmente, uma divindade solar. Mais tarde ele foi associado à fertilidade, na forma do Osíris a morrer. Outra divindade a quem era associado foi Ptah, de forma, inclusive, mais próxima, pois Ápis seria uma espécie de zoomórfização desse último, ou até sua alma – O ba.
No período grego foi associado com uma divindade imposta por decreto real: o deus Serapis. Seu templo/túmulo converteu-se no célebre Serapeum de Sakkara, com centenas de touros mumificados.
Ammit:
É uma das Deusas mais terríveis, estando associada à destruição após a morte. Ammit espreitava, ao lado da balança que pesava o coração do falecido, órgão que continha o peso de todos os atos, bons ou maus, praticados pelo indivíduo. Se tivesse o falecido se notabilizado pela prática do bem, seu coração pesaria tanto quanto a pena de Maat, deusa da harmonia do Cosmos, ele seria admitido no doce Amanti, o paraíso. Se, porém, o coração fosse mais pesado, estaria comprovada a vileza do julgado. Ele seria, então devorado por Ammit, e desapareceria da criação. Essa deusa tinha um aspecto monstruoso, com cabeça de crocodilo, a parte dianteira do seu corpo é um leão, e a traseira, um hipopótamo.
Apofis:
Apofis, a serpente que atenta contra a barca de Rá em sua viagem noturna pelos reinos do Amanti, é uma deusa antiga, estando presente no texto das pirâmides e em outras obras arcaicas relacionadas à viagem de Rá pela noite, até um novo dia. Afora esse, há poucos mitos onde essa divindade figure, sendo um deles sobre sua origem. Alguns dizem que ela seria anterior a criação, uma representante do caos primitivo, e oposta a Rá, que ordenou esse Caos, que sempre lutará contra a ordem. Em outros mitos ela veio da saliva de Tefnut.
Essa deusa está mais para uma força conceitual, como Maat, do que para uma “deusa” no sentido usual da palavra. Como todas as sombras e desordens que povoam o submundo, ela é oposta a Rá, que é o princípio ordenador e a luz. A mitologia egípcia sempre foi caracterizada pela dualidade, haja vista o exemplo de Hórus e Seth, e é a existência de um que define o outro.
Artigos anteriores sobre panteão egípcio – Panteão Egípcio e Panteão Egípcio Secundário