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Foi René Descartes quem disse, Cogito Ergo Sum, “penso, logo existo”, pois para ele, a base da existência era a razão. Mas será que basta que eu pense – ou acredite – para que algo seja real? Será que a razão é suficiente pra dar conta da experiência do mundo e do conhecimento? Neste episódio, Pablo, Karol e Leonardo conversam sobre Razão, Existência e Realidade. Conversamos não só sobre a existência – ou não – de Deus, como também como fantasmas são reais, por mais que não existam. Bom, ao menos até chegarem os pós-modernos, porque daí a conversa é outra…
Duração: 77 minutos
Nota do Editor: Infelizmente, tivemos um problema durante a gravação que fez com que perdêssemos boa parte da participação da Karol. Tentamos editar da melhor forma possível para não perder o conteúdo dos demais participantes e ainda fazer sentido sem as colocações perdidas dela. Por isso eventualmente parece que ela foi cortada da conversa e às vezes parece que ela não está falando – por mais que algumas de suas ideias sejam mensionadas. Vamos procurar alternativas para que as próximas gravações isso não ocorra com nenhum participante.
Comentado no Episódio:
Vídeos Complementares (ative as legendas dos vídeos):
- https://www.youtube.com/watch?v=LmxlcJFTaYU
- https://www.youtube.com/watch?v=MLKrmw906TM
- https://www.youtube.com/watch?v=5C-s4JrymKM
Olá a todos,
Bem legal o episódio, pelo título pensei que iria seguir mais por Descartes, mas foi legal comentar sobre Heidegger. Fiquei atraído por ter feito mestrado em Descartes, mas em seu texto sobre música especificamente.
Sobre o “Penso, logo existo”, a tradução brasileira escolheu por o “existo” ao invés do “sou” – o qual seria mais corrido ao verificar as versões latinas e francesas da expressão escritas pelo próprio autor -, devido ao existencialismo sartreano estar em voga nos meios filosóficos brasileiros. Como o “sou” levou a uma série de problemas interpretativos desde as críticas de Hobbes até o século XX, colocar existência poderia aproximar um pouco mas do que o autor quis dizer. Vejo esse argumento como falho, pois os gigantescos problemas do “sou”, derivados da complexidade do “sum”, fazem parte do texto. Seria mais interessante uma bela nota de rodapé discutindo os problemas da expressão do que tentar simplificá-la.
A questão do animismo, arriscaria dizer que é uma consequência da estrutura da linguagem. Ao substantivar o Sol, por exemplo, passo a me referir como “o Sol”, o qual sendo sujeito, pode realizar ações através do verbo. Então passo a dizer: “o Sol” se ergue pela manhã, ou seja, realiza uma ação. Quando coloco uma possibilidade de ação sobre aquilo que foi substantivado, tendo a aproximá-lo daquilo mais próximo a mim que compreendo enquanto substantivo, humanizando o Sol. Evolutivamente, a nossa capacidade cognitiva funcionou como modo de sobrevivência, ao aplicar pensamento abstrato sobre as observações para criar técnicas, pensando através do conceito de antropotécnicas do Sloterdjik.
Na discussão sobre ciências e tudo o mais, penso que é necessário separar ciência e as áreas mais especificamente técnicas, como a engenharia, medicina e o desenvolvimento de software. Nas ciências, tanto o racionalismo cartesiano quanto o empirismo em suas formas do XVII e do XVIII, não funcionam puramente; precisando de outras coisas para pensar o mundo. As áreas da técnica, da aplicação do conhecimento, é outro processo no qual quando as teorias não dão conta dos problemas concretos leva a fazer ciência sobre este problema da aplicação concreta.
A psicologia é mais complexa nisso, e concordo com a crítica do Pablo aos problemas do dogmatismo na prática psicológica. Penso que uma relação fenomenológica é essencial para este processo.
Acho bem interessante fazer episódios mais focados em história da ciência, mas talvez, acho que seria interessante discutir os autores individualmente, pois juntar racionalistas, por exemplo, fica uma coisa bem complexa de abordar. Mas é só uma sugestão.
Tudo de bom a todos e parabéns pelo trabalho.
Tiago de Lima Castro
Oi, Tiago!
Obrigado pelo comentário… tem um monte de ideias aqui pra futuros episódios…
A ideia original do episódio era tentar aprofundar a questão do essencialismo discutido no episódio anterior e problematizar a existência, mas a montagem da pauta acabou levando para falar sobre racionalismo de forma geral. É claro que daí precisaríamos falar sobre empirismos e a briga entre os dois desde Parmênides e Heráclito até a resolução kantiana do problema… E quanto mais pensamos sobre o que pode ser falado, mais temas surgem que precisam ser falados! E isso que nem chegamos na ciência do século XX!! Imagine quando formos falar de Popper a confusão que vai ser, porque precisaremos falar sobre Positivismo também e o Positivismo Lógico do Círculo de Viena e explicar a origem do Bule Voador e falar de Wittgenstein e os problemas da linguagem e a linguagem científica… E nem chegamos a falar sobre o Popper ainda e já sentimos necessidade de avançar para Kuhn e falar do anarquismo científico de Feyerabend… E paralelo a tudo isso temos a fenomenologia embasando o pensamento existencial e toda a crítica necessária às ciências, principalmente as ciências humanas que se aproximam do pensamento científico descrito acima… 😉
O desejo de falar sobre tudo é muito grande! Mas o tempo que temos não nos permite… ainda só conseguimos produzir um episódio por mês… mas aos poucos vamos chegando lá!
=D
O legal dessa temática é bem isso, uma coisa chama a outra. É ótimo que há tema para um bom tempo rsrs
E é apaixonante mesmo toda essa discussão.
Tudo de bom!
Na verdade o magenta existe e é uma cor primaria, pois se misturarmos magenta e amarelo teremos vermelho.
Uma curiosidade as cores primarias são magenta, ciano e amarelo.
O texto final é de quem? Muito bom!!!