Papo Lendário #164 – Terrorismo Religioso: Cristianismo

Neste episódio do Papo Lendário, Leonardo e Pablo de Assis convidam Filipe Figueiredo do Xadrez Verbal para continuar a conversa sobre terrorismo religioso.

Conheça grupos terroristas cristãos.

Veja como era a religião na União Soviética.

Existe terrorismo ateísta?

Ouça sobra IRA, KKK, Guarda de Ferro, etc.

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9 comentários em “Papo Lendário #164 – Terrorismo Religioso: Cristianismo”

  1. Bom programa. Ainda discordo da perspectiva de resumir em política questões que estão mais e menos presentes na composição das religiões, Jesus foi um pretendido líder universalista e pacifista e nada nele justificaria qualquer ação do tipo, mas a religião é frequentemente instrumento de dominação e conquista.

    1. Há pesquisadores que discordam dessa posição pacifista de Jesus, colocando ele inclusive como um líder nacionalista que pregava a unificação judaica e a resistência aos romanos, ilustrado, por exemplo, quando Jesus expulsou os mercadores do templo ou ainda se compreendermos sua posição com relação ao dinheiro controlado por Roma (“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” e “Vende tudo o que tem, doa aos pobres e segue-me”)… E ainda existem outros que dizem que não existem evidências suficientes nem pra aficar que Jesus de fato existiu e não passa de uma figura literária, logo, não todas as ações seriam de seus seguidores. E Pedro não era pacifista… 😉

      1. Pesquisadores quais? O grupo cristão judaizante foi ostracizado pela facção paulina no Concílio de Jerusalém. Sobre o zelotismo de Cristo, ele foi de fato muito praticado no cristianismo primitivo – mas eu tenho dificuldade de equipar ermitões no deserto à ordem dos assassinos. E eu fui procurar sobre a Indonésia e eles vivem conflitos religiosos sim, talvez consequência do colonialismo, mas vivem.

        1. Mas não tem aquela passagem ” Eu não sou a paz, sou a espada, trazei meu inimigos diante de mim e executai-vos na minha presença?

  2. Só de curiosidade…
    O que o terrorista teria que fazer para que o componente religioso fosse mais que um “um tempero”?

    1. Você quer dizer, pra existir um terrorismo puramente religioso, sem considerar os componentes políticos? Fico pensando aqui se o atentado ao Charlie Hebdo poderia se configurar como algo assim – mas não tenho como dizer pois não parei pra pensar sobre isso e desconheço os detalhes do atentado pra poder afirmar qualquer coisa…

      1. Você quer dizer, pra existir um terrorismo puramente religioso

        Nem isso. Seria mais na linha de ser considerado como um componente decisivo, mesmo. Nem precisa ser o componente majoritário: basta que o componente religioso seja forte o suficiente para possibilitar a ação.

        Bem lembrado o caso Charlie Hebdo, que tem um cheirinho de ter um componente religioso bem forte. Mesmo assim, duvido que seja o único fator relevante.

        Já o atentado na boate lá em Orlando me cheira mais como um sujeito com seríssimos problemas ligados à sexualidade (dentre outros) e que, por um acaso, encontrou no Isis(diota) a desculpa para a atrocidade. Mas não seria muito difícil que mais cedo ou mais tarde ele usasse outra desculpa qualquer.

        Daí os erros comuns (e opostos) são ou descartar o fator religioso, ou generalizar aspectos particulares àqueles malucos. Ambos erram o alvo: um atira para o lado errado, o outro ataca quem não tem nada com isso ou mesmo precisa de ajuda. Sinto que uma abordagem mais produtiva é identificar as idéias perigosas e questioná-las nos nichos em que elas florescem, como uma reforma positiva.

        Existem várias abordagens e ações nesta linha, mas são executáveis apenas por quem reconhece o problema. Vou deixar dois exemplos, uma campanha (vídeo) e o trabalho do Maajid Nawaz https://www.youtube.com/watch?v=U49nOBFv508

  3. Em primeiro lugara parabéns pelo ótimo nível dos dois programas sobre terrorismo religioso. Só penso que houve um certo equívoco quando se atribui os ataques a igrejas nos países Nórdicos e a perseguição a religiosos em países ditos socialistas/comunistas a ateus. O sempre ótimo Felipe Figueiredo esclareceu de forma muito sutil e educada estas questões, mas acho que não há problema em tornar as coisas mais explícitas nestes casos. Na situação dos países Nórdicos, os ataques a Igrejas estão ligados a grupos que se declaram “pagãos” ou “neo-pagãos” que entendem o Cristianismo como uma religião “invasora”. Grande parte dos “neo-pagãos” são pacíficos, mas existem exceções. De qualquer forma, estão muito distantes de serem ateus. No caso de países como China, Albânia ou URSS, a situação pode ser um pouco mais nebulosa, mas, de fato, não houve uma perseguição a pessoas em nome do ateísmo. As pessoas perseguidas e mortas nestes países o foram em nome de um sistema político totalitário. Se você era contrário ao sistema, poderia ser cristão, muçulmano ou ateu, iria para os Gulags ou similares. Podemos apenas imaginar quantos cientistas e filósofos ateus foram mortos nestes regimes. Na verdade, a estrutura destes regimes acabavam por se assemelhar muito com algumas religiões constituídas, apenas trocando o culto a um deus ou deuses pelo culto à pátria ou a certas figuras ditatoriais, como foi com o Stalinismo. De fato, nunca houve “ateus fundamentalistas” explodindo ou matando em nome da “não fé”, como defendem certos grupos religiosos. Espero ter contribuído para o debate. Muito obrigado e parabéns pelo ótimo trabalho.

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