Esse texto é de autoria do ouvinte Felideo Desitalle Paravimnce.
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Resenha do Livro Niels Klim’s Underground Travels” (Viagem Subterranea de Niels Klim)
Possivelmente entusiasmado com a teoria de Halley e Euler, 50 anos depois, Ludvig Holberg (03/12/1684 a 28/01/1754, escritor, ensaísta, filósofo, historiador e dramaturgo Norueguês) escreveu em 1741 “Niels Klim;s Underground Travels” (Viagem Subterranea de Niels Klim, tradução livre) em que conta a estória de uma sociedade intraterrestre utópica do ponto de vista de alguém de fora.
O romance começa com um prefácio que garante que o relato de Niels Klim é verídico. A estória começa no porto da cidade norueguesa de Bergen em 1664, após o retorno de Copenhagen, onde Klim estudou filosofia e teologia na Universidade de Copenhagan, e graduou-se magna cum laude (frases usadas para indicar o nível de distinção com que um grau acadêmico foi auferido). Sua curiosidade o leva a investigar uma estranha caverna em uma montanha acima da cidade, de onde provinham regulares rajadas de ar quente.
Niels, acaba caindo em um buraco e depois de um tempo, se vê flutuando no espaço livre, orbitando um planeta que gira em torno de um “Sol Interior”, onde depois de alguns dias é atacado por um grifo, com isso caindo neste planeta, que é chamado de Nazar.
Durante suas perambulações por Nazar, Niels é atacado novamente, desta vez por um boi. Para fugir, ele sobe em uma árvore e para sua surpresa a árvore pode se mover e falar. A árvore grita quando Neils sobe nela e por isso é feito prisioneiro por criaturas semelhantes a arvore, com até seis braços e rostos, logo abaixo dos ramos.
Klim é acusado por tentativa de estupro da esposa do escrivão da cidade e é levado a julgamento. O caso é recusado e ele é encaminhado para o Senhor de Potu (local onde se encontra) para aprender a língua local.
Aprende rapidamente a linguagem dos Potuans, o que leva ao Senhor dar-lhe um emprego, já que ele tem pernas mais longas do que os Potuans, que andam muito lentamente, logo tornando-se o mensageiro pessoal do Senhor, entregando cartas e afins.
Durante o decorrer da narrativa, Klim descreve a cultura dos Potuans, sua religião, seu modo de vida e os diversos países localizados em Nazar. Depois de dois meses vagueando, ele fica chocado com o fato de que homens e mulheres são iguais compartilhando os mesmos direitos.
Ele sugere então, Senhor de Potu, remover as mulheres das posições mais altas da sociedade. Sua sugestão foi má recebida e por isso é condenado a ser exilado na borda mais interna da crosta. Lá, ele encontra e se familiariza com um país habitado por macacos conscientes, e depois de alguns anos, torna-se imperador da terra do Quama, local onde existem criaturas semelhantes aos seres humanos.
Em Quama se casou e teve um filho. Mas novamente, é levado de casa, devido a sua tirania, e durante a sua tentativa de fuga cai em um buraco que o leva através da crosta, de volta até Bergen. De volta a superfície terrestre, é confundido pelos moradores da cidade com um Judeu Errante (O Judeu Errante é uma figura medieval da mitologia cristã. Diz respeito a um judeu que provocava Jesus no caminho para a crucificação e foi, então, condenado a andar na terra até a segunda vinda), isso devido a um desentendimento linguístico, descobrindo que esteve fora por 12 anos.
Para quem tiver interesse pode baixar a obra (sem medo, já fazem 179 anos que a obra é de domínio publico) para ser lida no http://www.gutenberg.org/ebooks/27884 ou escutada http://librivox.org/niels-klims-journey-under-the-ground-by-baron-ludvig-holberg/. Infelizmente, a obra não tem tradução para o português.
Na próxima semana teremos a parte final, outras obras sobre a terra oca.
Olás!
Pela resenha este livro me lembrou muito Viagens de Gulliver. Pena que não tenha em português, porque este mundo visitado por Niels Klim me interessou muitíssimo.
Tanto pelo fato de serem mundos dentro do nosso mundo, como por me parecer que são mundos que se espelham no nosso mundo.
E estes textos sobre a Terra oca são muito bons.
abraço