Panteão Egípcio Secundário

Por Daniel Silva

Os Deuses aqui colocados são adorados em todo o território do Egito, mas não se encaixam bem nem no rito de Mênfis nem no de Tebas, ou que tinham relação com as varias famílias de Deuses.

Hapi, o deus do Nilo: Representado como um homem forte, mas com ventre proeminente e seios femininos, Hapi era o espírito do Nilo, que residia em Elefantina. Em sua cabeça estava um diadema feito com as plantas do Alto e Baixo Egito, isso é, o Lótus e o caniço de papiros. Era intimamente ligado a Osíris, com quem dividia o papel de fertilizar o Nilo. Dizia-se que quando a cheia fosse insatisfatória o faraó devia oferecer a Hapi leite, vinho e cerveja. Era relacionado com todas as famílias divinas.

Maât, a ordem do Cosmos: Era a Deusa da justiça, frágil e delicada, mas poderosa em sua aparência. Tinha como símbolo e coroa uma pena geratriz, com a qual orientava a conduta dos homens. Filha de Rá, ficava atrás de seu pai na barca nas horas sombrias. Era símbolo do equilíbrio e da harmonia universal, a qual mesmo o faraó devia obedecer, e sua presença pedia a prática da verdade e da retidão. Tinha outro papel: o de ser contrapeso ao coração do morto, no prato direito da balança de Thot no tribunal Osiriano. Caso o coração do morto fosse mais pesado que a pena da justiça, era condenado à segunda morte, nas mãos de Ammut. Era venerada em todo o Egito, não pertencendo a nenhuma família divina em especial, mesmo sendo filha de Rá.

Montu, o senhor da guerra: Deus tebano da guerra, muito venerado no antigo Império. Era um Deus solar usando por isso o sol como coroa, com cabeça de falcão e corpo musculoso. Por algum tempo, usurpou o papel de Hórus como deus da monarquia, mas foi quase esquecido no Novo Império. Fazia parte dos Deuses tebanos.

Reqet, a deusa Rã: Deusa com cabeça de Rã, estava associada com o Nilo, e com a ressurreição através das múltiplas transformações que a rã sofre em sua vida. Era muito colocada em enfeites de terracota ou de faiança, como amuleto protetor.

Renenet, a protetora dos Enfermos: Deusa cobra que presidia as colheitas. Está vinculada a saúde das crianças e dos enfermos, assim como é protetora do menino real. É muito relacionada á colheitas, costumando presidi-las, e afastando o espectro da fome. Não possuía “templos” mas sim pequenos santuários e oratórios no limite dos campos cultivados. Costumava-se oferecer a ela a primeira gota de água, de vinho, de cerveja, assim como a primeira espiga colhida, e o primeiro pão assado.

Serket, a protetora do Faraó: Deusa representada como uma mulher com corpo de escorpião, Serket era uma deusa defensora do bem contra o mal, se postado à frente do Faraó para impedir que os espíritos das trevas fizessem maldades. No além defendia o sol dos ataques de Apófis, e também presidia uma área perigosa das doze horas noturnas. Além dessas atribuições era responsável pela guarda de um dos vasos canopos, o das vísceras intestinais.

Tueris, a guardiã do parto: Deusa cujo nome significa “a grande”, era a protetora da mulher na hora do parto, partilhando com Bés e Hathor esse aspecto. Era retratada como uma fêmea de hipopótamo com grandes seios pendentes, por onde escorre leite benfazejo. Preside também a gravidez, sendo a responsável por conceder ou não as mulheres a honra de serem mães. Seu aspecto poderoso assustava os demônios que tentavam matar os recém nascidos e sua mãe. Era comum fazer um modelo dela em madeira abençoada. Onde se guardava um pouco de leite, considerado abençoado, e dado ás crianças com parto especialmente difícil. Sua coroa era uma peruca de tranças negras, a qual se junta um par de chifres de vaca.

Trindade Elefantina: ao contrário de outras trindades, essa família de deuses, de possível origem Núbia era ligada aos deuses tebanos, e a Hapi. Era venerado em Elefantina e em certas regiões nas regiões núbias de Kush e de Iren.

Khnun, o Oleiro do universo: Acima da primeira catarata do Nilo, Situa-se a ilha de Elefantina (conhecida pelos egípcios como “cabeça” do Egito). Lá, num grande templo, (o maior de toda a Assuã) o deus Khnun era adorado como grande senhor do universo. Dizia-se que ele criara a vida moldando-a a partir de uma roda de oleiro e do barro do Nilo. Era identificado com Hapi, Deus do rio Nilo, pois era o mestre das cheias. Seu animal era o Carneiro.

Khnum

Satis, a esposa de Khnun: Uma das duas deusas esposas de Khnun, pertencia á tríade Elefantina. Era a responsável por desencadear, com uma flechada, direta e veloz, a cheia do rio Nilo. Pouco se conhece dessa divindade, mas, nas ilhas para a alem do Nilo azul dedicaram a ela e a Anukit alguns templos. Em certos textos, surge como uma filha de Rá. Costumava usar como diadema o abutre fêmea, ou a coroa do Alto Egito com chifres de vaca.

Anukit, a esposa de Khnun: Deusa de possível origem Núbia, era casada com Khnun, formando com ele e com Satis a tríade de Elefantina. Usava uma coroa com as plantas do Alto Egito, isso é, o lótus, ladeado de plumas de avestruz, o que pode comprovar mais ainda sua origem Núbia. Seus poderes são quase desconhecidos, mas parecem se relacionar coma fertilidade feminina.

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