Papo Lendário 180 - Introdução ao Candomblé

Papo Lendário #180 – Introdução ao Candomblé

Nesse episódio do Papo Lendário, Leonardo, Nilda Alcarinquë conversam com o convidado Lucas Ed, o Poderoso Porco, sobre o Candomblé.

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5 comentários em “Papo Lendário #180 – Introdução ao Candomblé”

  1. Olá gente, eu adorei o programa. Eu sou praticante do candomblé há mais ou menos 25 anos, sim, cresci na religião. Gostei que vocês não inventaram moda rs.
    Falaram bem e não houve nenhuma inventividade. Sugiro uma leitura, pensamento nagô do Muniz Sodré.

  2. Achei muito séria e importante essa introdução e que os próximos programas tragam mais informações sobre as religiões brasileiras.

  3. Alexandre Rodrigued Assumcao

    O preconceito é o ponto forte em qualquer discussão em que se queira analisar costumes e pensamentos diferentes de uma forma dominante de pensar. A religião ainda encontra muitos obstáculos para ser discutida de uma forma adulta e inteligente. Ninguém pode ser dono da verdade para menosprezar qualquer manifestação de religiosidade, ainda que ela não agrade aos “civilizados”, por apresentar aspectos diferentes, tidos como primitivos ou tribais. Ao criticar o Candomblé, estamos colocando em cheque o nosso próprio sistema de crenças, pois a intolerância dos judaico-cristãos, não hesita em mostrar um passado relativamente recente em que se empenharam em impor sua verdade a quem não podia reagir e teve sua cultura sacrificada e corrompida por conquistadores tementes a Deus mas não a sua arrogância e ideossincrasias, totalmente contrárias às da suposta religião que diziam crer.

  4. Lucas André Machado

    Gostei da maior parte do programa, adoro o podcast, curto muito a mitologia africana e acho incríveis as visões de mundo que as religiões de matriz africana trazem, porém, na questão do sacrifício animal, discordo veementemente. Demonizações da nossa cultura eurocêntrica à religião de matriz africana à parte, tem-se que se questionar e criticar sim a existência do sacrifício animal da mesma forma que se questiona e critica práticas de outras religiões, já que isso é eticamente questionável. Gostaria de ressaltar alguns pontos:

    – Primeiro: Leonardo (ou Porco? agr não lembro e tô com preguiça de rebobinar o podcast) disse que já teve sacrifício em toda religião. A palavra tá aí: teve. A maior parte das religiões existentes hj (pelo menos entre as mais difundidas, ao menos) abandonou tais práticas. O Chester no Natal não é uma cerimônia religiosa, e sim um traço cultural da sociedade ocidental q pouco tem a ver com a religião. Da mesma forma que um velho vestido de vermelho q pilota um trenó voador tbm não faz parte das divindades cristãs. Exemplo de sacrifício ritual que se mantém em outras religiões que seria melhor comparação que a óstia é a carne kosher (no judaísmo) e halal (no islã), onde há uma oração feita antes do abate e segue-se todo um protocolo pra produzir a carne. Esse é o motivo, inclusive, que gerou a polêmica recente do Porto de Santos, que tavam transportando animais vivos pra Turquia pra serem abatidos lá de acordo com a lei islâmica.

    – Segundo: Comparar um sacrifício simbólico com um sacrifício de facto é meio pancada das ideia, né, no sacrifício simbólico ninguém está sofrendo. Depois a Nilda fala em respeito ao animal que vai te alimentar: quer respeitar o animal, deixa ele na dele, vivo. No passado talvez fosse necessário (ou ao menos justificável) comer a carne de um bicho na falta de outras opções, mas se vc tem a opção de comer qualquer outra coisa e ainda assim prefere acabar com a existência de um animal pra satisfazer um capricho seu, então vc não respeita o animal. É o mesmo que um canibal dizendo que não fere aos direitos humanos quando abate suas vítimas, pq aproveita tudo do corpo.

    – Sò pra concluir, na lógica de vcs eu posso reclamar muito pq, como vcs provavelmente já perceberam, eu sou vegano. Eu achei o lance do axé uma desculpa bem fraca, mas aí como ateu não posso falar muito que é um argumento mais espiritual.

    Não sei se alguém terá paciência de ler esse textão, mas acho que me fiz entender sem parecer um babaca (assim espero, pelo menos).

  5. Só queria analisar a questão do revivalismo/ neo paganismo que foi citada ali pelos 50 minutos de podcast. O Candomblé se manteve fiel às suas raízes africanas porém se manteve intacto em seus fundamentos desde a sua fundação, diferente do Isese Lagbá (Culto tradicional Iorubá) que teve na sua evolução histórica diferenças litúrgicas que diferem muito do Candomblé. Por ser uma religião iniciática que segue extremamente a tradição oral, mesmo que hajam divergências entre nações, casas matrizes e peculiaridades de seus sacerdotes, o candomblé possui o mesmo fundamento, a mesma essência. É uma questão complexa porém curiosa porque existem histórias de negros vindo de África para resgatar culto a orixás quase extintos no continente deles, assim como existem orixás que não eram/ são iniciados na cabeça de ninguém no Brasil por falta de conhecimento que não chegou no país, porque a tribo que cultuava a divindade específica não foi escravizada e trazida ao Brasil. Existem conhecimentos que se perderam em África e resistiram no Brasil e existem fundamentos que nem chegaram ao Brasil mas sempre existiram em África, como o culto a Ifá, por exemplo.

    A questão de se voltar à África para um resgate de origens é bonita, é representativa, mas quando se trata de religiosidade o Candomblé é muito diferente de qualquer culto a Orixás, Inquices e Voduns. É como acontece no cristianismo, a divindade é uma em essência mas existem inúmeras religiões que diferem totalmente em suas formas de adoração, interpretação e culto.

    O Candomblé é o fruto da diáspora, a evolução de tribos rivais em prol do sagrado, é a resistência negra em uma terra católica e branca. Tentar resgatar fundamentos e segredos de qualquer lugar que não seja o Brasil seria uma contradição histórica de tudo isso.

    Mas adorei o podcast, parabéns pela forma que trataram o tema!

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